Reforma abre casa para o jardim da quadra e comprova que o Plano Piloto pode ser mais amigável
Fotos: Joana França

Saem muros, entram portões semitransparentes. A garagem vai embora, mas o novo endereço agora tem uma varanda. A planta compartimentada perde paredes e a claridade agora é presença constante. Foi com essas mudanças valiosas que o trio à frente do Bloco Arquitetos, Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco, deu nova vida a uma casa de 140 m² nas quadras 700 da Asa Sul.


À noite, uma cortina leve cumpre a missão de garantir privacidade aos moradores
Segundo a história conta, durante a construção de Brasília faltaram casas para assentar todos os novos moradores. Como o projeto das 700 ainda não estava muito detalhado, o administrador da época se apressou em construir mais residências por ali. Na urgência, sem levar em tanta conta a inclinação do terreno, o chão ganhou um grande baldrame coletivo, que ia de ponta a ponta da quadra. Do início ao fim, a diferença no aclive batia muitos centímetros. “Vem daí essas escadinhas na frente das casas”, revela Matheus, com quem conversamos sobre essa nova forma de morar nas casas do Plano Piloto que o escritório brasiliense apresenta.

onde a diversão de pisar descalço na grama se transformou em rotina diária
“Queríamos abrir a casa para o jardim público, tornar a vida mais livre. Não há a necessidade de muros fechados ali”, conta Matheus. Para trazer o verde para ainda mais perto, com o aval do moradores, a casa virou ao contrário: a fachada principal agora é a do jardim. A da rua de serviço, mais usada pelos vizinhos, ficou em segundo plano.

Ao longo da obra, a equipe percebeu que a estrutura original da casa não tinha a força necessária para a construção de um novo pavimento. Depois de reforçar o baldrame, uma estrutura metálica, mais leve, entrou para complementar o conjunto, fechado com blocos de concreto autoportante.

na estrutura metálica leve e discreta, pintada no mesmo branco que cobre os blocos autoportantes. Pra finalizar, arandelas tipo tartaruga criam a iluminação geral
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pintados de branco e uma pitada de verde

ao segundo pavimento. O desgaste natural da cor traz graça ao elemento
“Todos os materiais são muito simples – usamos concreto lixado no piso, mesmo material que vai na bancada da cozinha. Mantivemos os blocos aparentes nas paredes, cobertos apenas com tinta branca para multiplicar a claridade; as luminárias são tartarugas e, ainda assim, o resultado é acolhedor”, observa.

Na área íntima, os mesmos revestimentos se repetem, agilizando a limpeza e a manutenção da casa, povoada de plantas. Até a recém-criada varanda da suíte segue a mesma linha: pelo alto entram a cor das árvores e a luz do sol, com a privacidade absolutamente garantida. Tudo a um passo do centro da cidade, onde os moradores trabalham. Pé na grama em pleno Plano Piloto.

A prova de que existe espaço para novas narrativas no plano piloto. Amando cada vez mais esse morar61 e ansiosa pela próxima publicação. ❤
Que delícia de comentário, Mari! ♡ Tem muita coisa boa acontecendo em Brasília! Vamos descobrir juntos!